Por Marcelo Gome
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27 de maio de 2025
Blindagem de carros elétricos cresce no Brasil; veja o que muda na preparação. Com aumento na participação de mercado, elétricos também aumentam a procura por blindagens. Por Rodrigo Tavares Tornou-se impossível andar pelas ruas do Brasil sem esbarrar, eventualmente, em um carro elétrico. Eles já representam, segundo levantamento divulgado recentemente pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), 7,5% de participação no mercado automotivo nacional. Se as vendas de veículos desse tipo aumentam, a preocupação com a segurança de seus ocupantes também aumenta, com proprietários interessados em blindagem. Em 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira de Blindagem, a BYD figurou entre as cinco marcas que mais blindaram no país, ficando atrás somente da Toyota, Jeep, BMW e Volkswagen, marcando a consolidação dos veículos eletrificados também na frota blindada nacional. A expansão desse mercado motivou a Concept be safe, blindadora presente em São Paulo, a lançar uma fábrica especializada na blindagem de veículos elétricos, a Concept evision, primeira desse nicho de mercado no país. A fábrica está sendo instalada em Sumaré, no interior paulista, com capacidade inicial para a proteção balística de 30 carros mensais, mas que pode ser ampliada para 100, de acordo com a crescente demanda. O investimento total feito para a instalação é de R$ 5 milhões. “Os veículos elétricos já são uma realidade consolidada no Brasil. Trata-se de uma frota crescente, numa nova era de inovação e evolução automotiva, que também vem acompanhada de desafios, como o de garantir a segurança desses veículos que representam o futuro da indústria automotiva. A fábrica especializada na blindagem desse tipo de automóvel surge para atender esse desafio, com tecnologia, estrutura e mão de obra adequadas para lidar com esse novo perfil de demanda”, destaca Rogério Garrubbo, conselheiro de inovação e tecnologia da Concept be safe. Blindar um carro elétrico envolve cuidados adicionais em relação a um modelo a combustão, especialmente pela presença de sistemas de alta tensão. Antes da blindagem, Garrubo explica que é essencial desativar corretamente os sistemas elétricos seguindo normas como a NR-10 para evitar riscos de acidentes ou danos às baterias. Além disso, o ambiente da blindadora deve ser controlado, pois partículas metálicas em suspensão podem comprometer componentes sensíveis. Também é necessário ter conhecimento técnico para lidar com módulos eletrônicos e sensores que exigem reprogramação precisa. Hoje, muitos elétricos usam plataformas semelhantes às dos carros a combustão, facilitando o processo estruturalmente. Mas, sem seguir protocolos rigorosos, os riscos aumentam. Portanto, a blindagem de um elétrico exige preparação, especialização e atenção redobrada. Embora não haja um ranking detalhado sobre os modelos elétricos mais blindados no País, os que mais procuraram a Concept para a realização da blindagem foram os Volvo XC40, seguido do BYD Dolphin. Entre os híbridos, quem encabeça os pedidos é o Toyota Corolla Hybrid sedã, por exemplo.